O futuro do mercado financeiro começa no Bank as a Service

Enquanto os bancos tradicionais possuem décadas de estrada, o Bank as a Service tem cinco anos de tempo de mercado. Ainda que recente no mundo financeiro, ele tem chamado a atenção. Segundo a agência de pesquisa Future Market Insights, a expectativa é de que em 2031 o alcance do BaaS seja de US$ 12,2 bilhões – o que significa um crescimento de 15,7% ao ano.

O Brasil é um grande consumidor do serviço. De acordo com pesquisa do IMR Instrospective Market Research, o país representa 73% do mercado de Bank as a Service (BaaS) na América do Sul, com uma receita de US$ 1,3 bilhões em 2021. Para efeito de comparação, em todo o continente latino, houve uma receita de US$ 1,9 bilhões no mesmo período.

“Tais dados revelam que é preferível investir no Brasil do que em outros países latino americanos ― eu costumo brincar que o Chile é do tamanho do Itaim Bibi. Por aqui, temos mais espaço”, diz Carlos Benitez, CEO da BMP, empresa de BaaS.

De acordo com o executivo, o serviço traz funcionalidades melhores pois não é engessado como as instituições bancárias tradicionais – o potencial do BaaS está no fato de que qualquer empresa oferecer produtos financeiros adaptados às necessidades de seus clientes.

“Postos de gasolina, supermercados, farmácias e outros pontos de venda podem ser usados como uma infraestrutura de serviços bancários”, exemplifica.

Mercado financeiro e tecnologia

Benitez salienta que se os bancos tradicionais atuam com soluções integradas, o BaaS atua com novas tecnologias e soluções independentes, e portanto, é capaz de competir de igual para igual.

“Temos um escritório de 800 metros quadrados na Avenida Paulista e entregamos em crédito para as ‘pejotinhas’ (pequenas empresas) um valor que se equipara ao varejo do Itaú”, revela.

Outro case notável da BMP é o Mercado Pago, um negócio do Mercado Livre para compra e venda de produtos novos e usados entre pessoas e empresas. O objetivo era oferecer serviços financeiros através de capital de giro para vendedores e compradores da plataforma. A partir da conectividade entre as empresas, compliance e KYC, isso se tornou possível e hoje é um dos serviços mais procurados pelos consumidores.

“Nós desenvolvemos toda a estrutura e hoje o Mercado Pago é líder no setor e não precisam mais da gente. Agora eles andam com as próprias pernas e isso mostra o poder do BaaS no quesito competitividade e performance”, fala Benitez.

Recentemente, a parceria com o Magalu também deu o que falar. O objetivo era oferecer crédito pessoal e Buy Now Pay Later (BNPL) aos clientes do Magalu/Luizacred, e o desafio, a integração de serviços como oferta de crédito, validação de base de dados e gestão de cobrança. A BMP foi responsável por dar forma e vida à operação, desenvolvendo um novo conceito de micro serviços e micro frontends, disponível na Plataforma BMP Múltiplo para acelerar a integração com clientes/parceiros sem uso de APIs ou qualquer troca de arquivos, usando pouca programação (low code) e permitindo ao cliente iniciar os seus negócios e suas operações em curtíssimo prazo.

Outros parceiros, como Stefanini, Hyundai, Monjuá e Trademaster, já se beneficiaram com as soluções desenvolvidas sob medida.

“É preciso identificar as possibilidades de negócios para oferta de produtos e serviços. A partir daí, criar um ecossistema integrado com parcerias de ganho mútuo entre os participantes, beneficiando o cliente final. Garantir que a parceria não resulte em uma experiência fragmentada para o cliente é fundamental”, finaliza Carlos.

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